
(Foto: Reprodução/EPTV)
Produtores rurais do interior de São Paulo têm registrado prejuízos causados por invasões de lebres em suas lavouras e relatam episódios mais frequentes nas última semanas. Para eles, a principal causa são os incêndios, que têm devastado não só plantações como vegetações que geralmente dão abrigo e alimento a esses animais.
A lebre costuma ser maior, mais rápida, mais esguia e mais arisca do que um coelho. Geralmente pode chegar a 25 centímetros de altura e a 70 centímetros de comprimento, além de pesar até 5 quilos. Também chamado de "lebrão", por seu porte, tem hábitos noturnos e é um animal que prefere campos abertos, mas se adapta a diferentes ambientes.
Uma maior incidência em lavouras pode ser um indício de que elas perderam a fonte de alimento em locais degradados pelo fogo, segundo o professor de ecologia da USP, Fabio Nascimento.
“É uma espécie que vem se adaptando muito bem às áreas rurais, de plantações. Então a queimada pode ter ajudado a trazer mais o animal para a vista das pessoas. As pessoas estão conseguindo perceber mais a presença desse animal”, afirma. Tem sido assim com o agricultor Antonio Cassiano, de Jaboticabal (SP), onde restaram apenas oito pés de berinjela intactos entre os 100 que tinham plantados por ele. O prejuízo estimado é de R$ 15 mil, com 500 caixas que deixaram de ser destinadas para venda.
Para não ter mais danos, ele pretende colocar telas, a única estratégia que até agora funcionou para proteger sua plantação de rabanetes.
Ainda assim, de acordo com o professor da USP, essa solução só funciona a curto prazo. “Até que a lebre aprenda a entrar nesse cercado e invadir essa área, então paliativamente pode funcionar”, avalia Nascimento.