A revelação impactante de Roberta Miranda sobre o abuso e a violência que sofreu ao longo da vida trouxe à tona um problema estrutural no meio sertanejo: o machismo enraizado na música e na indústria. Em entrevista ao Fantástico, a cantora expos um passado marcado por agressões e abusos, incluindo um episódio chocante em que um homem colocou um revólver em sua cabeça e a estuprou.
O depoimento de Roberta Miranda, uma das vozes mais importantes do sertanejo, levanta um debate urgente sobre o relacionamento abusivo e a violência contra a mulher dentro e fora da música. Afinal, até que ponto a indústria sertaneja reforça ou silencia essas questões?
Machismo na Música Sertaneja: Um Problema Sistêmico
A música sertaneja, especialmente o sertanejo universitário, consolidou-se como um dos gêneros mais populares do Brasil. No entanto, há uma crítica crescente sobre a forma como as letras romantizam o machismo e normalizam o abuso emocional e psicológico nas relações amorosas.
Músicas que falam sobre controle, ciúmes excessivo, insistência após o “não” e até humilhação da mulher são comuns no repertório masculino. O sertanejo, que antes exaltava o amor romântico e o sofrimento na paixão, passou a reforçar narrativas de dominação, vingança e até perseguição.