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Brasileiros contam como está a vida na China, primeiro país a enfrentar o coronavírus: 'É o que chamam de novo normal'

Publicada em 29/03/20 às 11:06h

por G1.COM


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Com medição de temperatura em todos os lugares, obrigatoriedade no uso de máscara e QR code para rastrear os cidadãos, China começa a afrouxar a quarentena aos poucos


Com mais de 81 mil casos confirmados e mais de 3.200 mortes por causa do novo coronavírus, a China vive um momento oposto a grande parte dos países do mundo. Enquanto Itália, Estados Unidos, Espanha veem as mortes por Covid-19 crescendo rapidamente, a China conseguiu "achatar a curva", ou seja, conseguiu estabilizar a curva de crescimento da doença e desacelerar o número de novos infectados.

O primeiro caso da Covid-19 foi diagnosticado em dezembro do ano passado na China, mas foi em janeiro que o país começou a impor duras medidas para conter a disseminação do vírus. A quarentena por lá foi coisa séria.

A estilista paulista Maria Luiza Emygdo, que vive há 3 anos em Xangai, uma das maiores cidades do país com mais de 24 milhões de habitantes, viveu uma quarentena restrita. Ela voltou de viagem do Brasil no início de fevereiro e por isso precisou ficar completamente isolada por 14 dias.

Nesse período, ela ganhou uma tutora – única pessoa com quem ela teve algum tipo de contato.

Ruas de Pequim retomam 'normalidade' pouco a pouco — Foto: Luiz Tasso Neto/Arquivo Pessoal Ruas de Pequim retomam 'normalidade' pouco a pouco — Foto: Luiz Tasso Neto/Arquivo Pessoal

Ruas de Pequim retomam 'normalidade' pouco a pouco — Foto: Luiz Tasso Neto/Arquivo Pessoal

“Quando eu pedia comida, minha tutora acompanhava o pedido. Quando chegava, ela buscava na portaria do condomínio e trazia na porta do meu apartamento. Ela chegava aqui com uma roupa especial de proteção, com luvas e máscara. E tocava a campainha para que eu pudesse pegar a comida depois que ela saísse de perto. Era a mesma coisa com o lixo: colocava para fora do apartamento e avisava minha tutora que vinha com a mesma proteção recolher o lixo na minha casa”.

Maria Luiza conta que Xangai é uma cidade cosmopolita e com uma vida noturna ativa. E nos dois meses de isolamento o cenário mudou. Todos os estabelecimentos comerciais fecharam, só ficaram mercados e algumas farmácias.

As pessoas praticamente não saíam para a rua. Foi difícil, mas ela conta que valeu a pena. “Todo mundo por aqui comenta, a China está voltando a ter vida. Aos poucos, mas as coisas estão voltando a ser como eram antes do começo da epidemia”.

Mas essa normalidade surge ainda com muito cuidado. A estilista conta que em todos os lugares a temperatura das pessoas é checada. No metrôs, nas entradas de condomínios e restaurantes. Todo mundo que vive na China está cadastrado em um aplicativo e vinculado a um QR code.

Quem não está infectado recebe um código da cor verde e por isso tem autorização para andar na rua. Os táxis e carros de aplicativo estão paramentados para tentar conter as infecções: existe uma capa plástica que isola o motorista do passageiro.

Luiz Tasso Neto vive em Pequim — Foto: Luiz Tasso Neto/Arquivo Pessoal Luiz Tasso Neto vive em Pequim — Foto: Luiz Tasso Neto/Arquivo Pessoal

Luiz Tasso Neto vive em Pequim — Foto: Luiz Tasso Neto/Arquivo Pessoal

André Almeida também é de São Paulo, mora em Xangai e vem acompanhando todas essas mudanças. “A vida na China está voltando ao normal, mas agora isso é o que alguns chamam de novo normal aqui na China”. Ele conta que bares e restaurantes voltaram a abrir mas todo mundo anda na rua de máscara. O movimento nas ruas aumentou, e Almeida diz que agora voltou a ver famílias, inclusive com crianças, nos parques da cidade.

Mas os cuidados para evitar um novo pico da doença ainda são intensos. Sempre que Almeida recebe uma entrega de comida em casa, por exemplo, vem junto da sacola uma etiqueta com a temperatura da pessoa que preparou e embalou o pedido. “O que eu costumo dizer aos meus amigos no Brasil é que dá pra ver uma luz no fim do túnel, basta manter todos os cuidados”, afirma.

André Almeida diz que em Xangai o comércio está reabrindo, mas praticamente todo mundo anda de máscara — Foto: André Almeida/Arquivo Pessoal André Almeida diz que em Xangai o comércio está reabrindo, mas praticamente todo mundo anda de máscara — Foto: André Almeida/Arquivo Pessoal

André Almeida diz que em Xangai o comércio está reabrindo, mas praticamente todo mundo anda de máscara — Foto: André Almeida/Arquivo Pessoal

Em Pequim, capital da China, o paulista Luiz Tasso Neto está há dois meses trabalhando de casa. Ele disse que há três semanas começou a ver o movimento na rua aumentar aos poucos: “Cada vez a gente se sente melhor porque as restrições, em termos de ir para rua, de se movimentar, são menores. As pessoas se sentem cada vez mais seguras, mas ainda há muito cuidado”.

Ele conta que alguns bares e restaurantes já estão abertos mas ainda estabelecem um número máximo de pessoas por mesa. A ideia é evitar aglomeração. Ele acredita que cumprir todas as medidas da quarentena foi fundamental para que a vida pudesse aos poucos voltar ao normal no país.

Checagem de temperatura no metrô de Xangai — Foto: Maria Luiz Emygdo/Arquivo Pessoal Checagem de temperatura no metrô de Xangai — Foto: Maria Luiz Emygdo/Arquivo Pessoal

Checagem de temperatura no metrô de Xangai — Foto: Maria Luiz Emygdo/Arquivo Pessoal

O medo agora na China é que os casos da Covid-19 voltem a aumentar, principalmente por causa de pessoas que chegam infectadas do exterior, os chamados casos importados.

“A gente sente que existe um risco, talvez, de uma segunda onda, de uma reinfecção. Por isso, o controle para quem chega de fora da China está sendo bem pesado. As pessoas precisam cumprir uma quarentena em um lugar designado pelo governo”, explica. A China decidiu ontem que vai banir a entrada de estrangeiros a partir da semana que vem.

Todos esses brasileiros concordam que o pior parece já ter passado e que o sentimento nas ruas da China agora é de alívio e esperança. “Por aqui agora já tem primavera, já tem a luz do sol... A gente não vê a hora de que tudo volte totalmente ao normal mas é importante ter calma e entender que talvez ainda demore alguns meses”, aponta Maria Luiza.




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