A Justiça tornou réu o operador Rafael Aparecido Augusto Benavenuto, acusado de asfixiar e matar a ex-namorada, a dona de casa Marília Campos de Araújo, após uma festa em Santa Rosa de Viterbo (SP). Benavenuto foi internado compulsoriamente em um hospital psiquiátrico.
O crime foi na noite de 23 de agosto, quando Marília retornou para casa após um fim de semana de festa no sítio da família. Rafael chegou a passar uma noite no local, mas Marília pediu que ele fosse embora. Os dois estavam separados há um mês, mas o operador não aceitava o fim da relação, de acordo com testemunhas.
Segundo a Polícia Civil, a vítima foi surpreendida pelo ex-namorado, que invadiu a residência dela e a matou.
Na segunda-feira (28), o juiz Alexandre Cesar Ribeiro aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) contra Rafael, que responde por homicídio qualificado - feminicídio, asfixia, motivo torpe e ato que impossibilitou a defesa da vítima.
"O caso dos autos cuida de crime gravíssimo, [...] aproveitando-se o agressor do fato de a vítima estar sozinha em casa; [...] tudo pelo simples fato de a vítima não querer manter relação amorosa com o agressor; a revelar profunda insensibilidade do agente pela vida alheia", escreveu o juiz.
A dona de casa Marília Campos foi morta em Santa Rosa de Viterbo (SP) — Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
O magistrado também decretou a prisão preventiva de Rafael, que havia sido preso temporariamente dois dias após ter cometido o crime. O réu, no entanto, foi internado no Hospital Santa Teresa, em Ribeirão Preto (SP), e só deve voltar à cadeia quando receber alta médica.
O advogado Alexandro Faleiros, que atua na defesa dele, afirma que laudos médicos de clínicas particulares de psiquiatria e do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) atestam a insanidade mental do réu.
"Ele vinha sofrendo de estado agravado de psicose e a internação tinha que ser imediata, porque a inclinação suicida dele era gritante, segundo os médicos. Ele foi internado cautelarmente, porque poderia colocar em risco a própria vida e a de companheiros de cela", diz.
O juiz considerou os documentos apresentados pela defesa, que inclusive sustentou que Rafael já havia passado por atendimento psiquiátrico antes do crime, mas não fez o tratamento recomendado pelos médicos e recusou internação.
Rafael Aparecido Augusto Benavenuto vira réu por enforcar e matar ex-namorada em Santa Rosa de Viterbo (SP) — Foto: EPTV/Cedoc/Arquivo
Segundo a família, a dona de casa havia terminado um relacionamento de dois anos com Rafael, que não aceitava o fim. Os familiares relatam que ela aparecia constantemente com marcas de violência pelo corpo, apesar de nunca ter registrado boletim de ocorrência contra o ex.
A Polícia Civil apurou que, no final de semana do crime, Rafael foi até o sítio do pai de Marília, na zona rural de Santa Rosa de Viterbo, onde a mulher estava com a família. Ele chegou a dormir no local na noite do dia 22, um sábado, mas, a pedido de Marília, foi embora no final da tarde de domingo.
Às 19h, um amigo levou Marília para a casa dela e, momentos depois, Rafael chegou à residência, cometeu o crime e comunicou o pai dele por telefone. O homem passou mal, foi levado a um hospital e informou a equipe médica, que avisou a Polícia Militar.
Os policiais foram até a casa de Marília, no bairro Jardim Júlio Moretti, e a encontraram morta, com marcas de enforcamento.
De acordo com o delegado Gabriel Freiria Neves, em depoimento, Rafael confessou o crime e disse que tentou se matar em seguida com um fio.
Familiares de dona de casa morta por ex-namorado protestam em frente à delegacia de Santa Rosa de Viterbo (SP) — Foto: EPTV/Cedoc/Arquivo