O calor e a falta de chuva em Pirassununga (SP) podem prejudicar a reprodução de peixes no Rio Mogi Guaçu, dizem especialistas.
A preocupação aumentou porque falta menos de um mês para piracema, período em que os peixes migram para o fenômeno da reprodução, disse o analista ambiental Antônio Fernando Bruni Lucas.
Seca do rio preocupa em Cachoeira de Emas — Foto: Marlon Tavoni/EPTV
Apesar da estiagem, os especialistas dizem que o ideal é que não chova muito de uma vez. Um grande volume de água poderia causar uma intensa mortandade de peixes.
“O Rio Mogi Guaçu está um bomba, muita queimada, poluição. Se vier uma chuva de uma duas horas, vai jogar todo esse material para o rio. Com isso, o oxigênio vai lá embaixo e a mortandade é grande, isso já aconteceu. A nossa torcida é que venha chuva leve, constante e o rio vai enchendo e limpando devagar”, disse o pesquisador José Augusto Senhorini.
Turistas que visitam Cachoeira de Emas se assustam com a situação do Rio Mogi Guaçu — Foto: Marlon Tavoni/EPTV
Moradores do distrito de Cachoeira de Emas estão preocupados com o cenário de secura em alguns trechos do rio, que tem 473 quilômetros e abastece 38 municípios de São Paulo.
Não chove em Pirassununga há mais de 15 dias. Com isso, as pedras que antes ficavam no fundo do rio agora aparecem para alertar sobre a seca.
Nascida e criada na cidade, Márcia Amente disse que está acostumada a ver água em abundância. “Tenho 54 anos, é a primeira vez que a Cachoeira de Emas fica assim”.
A aposentada Elisabeth Catalani dos Reis mora na cidade vizinha de Santa Cruz das Palmeiras e, sempre que pode, visita o ponto turístico de Pirassununga. Ela contou que ficou chocada com a seca do rio. “Senti muita tristeza de ver a situação que está o nosso planeta”, disse.
Falta de chuvas muda cenário do Rio Mogi Guaçu em Pirassununga — Foto: Marlon Tavoni/EPTV