Os pesquisadores preveem que "parentes" do coronavírus possam estar presentes em morcegos que vivem em muitos países asiáticos.
A descoberta recente estende em 4.800 km a área de provável origem da pandemia.
O estudo foi publicado nesta terça-feira (9/2) no periódico científico Nature Communications.
No artigo, os pesquisadores admitem que o local analisado (regiões da Tailândia) e o tamanho da amostra eram limitados.
Mesmo assim, eles se mostram confiantes de que coronavírus "com alto grau de relação genética com Sars-CoV-2 estão amplamente presentes em morcegos de muitos países e regiões da Ásia".
Estudos anteriores sugeriram que o Sars-CoV-2 surgiu em um animal, provavelmente nos morcegos, antes de se espalhar para os seres humanos. Essa também é a percepção de uma missão investigativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), recém-concluída em Wuhan.
Na pesquisa publicada na Nature Communications, uma equipe liderada pelo cientista Lin-Fa Wang, da Universidade de Singapura, detectou um parente próximo do Sars-CoV-2 em morcegos-ferradura mantidos em uma caverna artificial em um santuário de vida selvagem na Tailândia.
O vírus isolado, denominado RacCS203, tem um código genético parecido ao do Sars-CoV-2. Ele apresenta uma similaridade de 91,5% na comparação entre os genomas.
O mesmo Sars-CoV-2 parece estar intimamente relacionado a outro coronavírus, chamado de RmYN02.
Ele foi encontrado em morcegos em Yunnan, na China, e mostra 93,6% de similaridade no genoma em comparação com o causador da covid-19.
Pesquisadores de Tailândia, Singapura, China, Austrália e Estados Unidos também analisaram anticorpos em morcegos e em um pangolim no sul da Tailândia.
Eles dizem que os anticorpos encontrados nesses animais foram capazes de neutralizar o vírus responsável pela pandemia atual.
Isso é mais uma evidência de que tipos parecidos de coronavírus estão em circulação no Sudeste Asiático.